18.11.07

.Cultura.

O girino é o peixinho do sapo

O silêncio é o começo do papo.

O bigode é a antena do gato.

O cavalo é o pasto do carrapato.

O cabrito é o cordeiro da cabra.

O pescoço é a barriga da cobra.

O leitão é um porquinho mais novo.

A galinha é um pouquinho do ovo.

O desejo é o começo do corpo.

Engordar é tarefa do porco.

A cegonha é a girafa do ganso.

O cachorro é um lobo mais manso.

O escuro é a metade da zebra.

As raízes são as veias da seiva.

O camelo é um cavalo sem sede.

Tartaruga por dentro é parede.

O potrinho é o bezerro da égua.

A batalha é o começo da trégua.

Papagaio é um dragão miniatura.

Bactéria num meio é cultura.

(Arnaldo Antunes in "Nome" São Paulo.BMG Ariola Discos,1993)

10.11.07

DiaLética

Um dia pode ser que ainda fale em ética

Algum dia, pode ser, em plena consciência eclética

Que ainda me lembre da ética.

Um dia, a ética

Dialética.

N. Lopes


4.11.07

Tanto



Sentimento

num poema nem sequer o invento.

Pois poema com sentimento

não causa contentamento.

Mas, no entanto, eu tento

e quem tenta, no entanto, tanto tenta

que intenta qualquer sentimento.

N. Lopes