Um dia de chuva. Fico olhando-a pela janela. Sentindo os pingos no rosto. Frios, cortantes, acariciadores. Ouço unhas riscando o asfalto. É um cão. Vem caminhando, cabisbaixo, de focinho para o chão. Agora não mais aprecio a chuva, mas sim a tristeza que assola o pobre cão.
Os carros passam, as pessoas passam e ele nem sequer olha, não se esforça em levantar a cabeça, olha para a sujeira do chão. Um cão. Um velho cão, que vive do sustento dos pobres, que mendiga a sua esmola. E os calos que nele se criaram, foi porque fez da rua e da própria vida sua melhor escola.
E olhando aquele cão, que passava sem ao menos aperceber-se que eu lho queria como amigo, assobiei para que, quem sabe, ele pudesse dividir toda sua tristeza comigo. Embora o tenha chamado a atenção, ele, o cão, que se distraíra com meu chamado, não pode notar que, na rua, do outro lado, aproximava-se um caminhão. E ele, pobre coitado, nem teve a chance de comer o alimento que, há algum instante, encontrara no chão. E eu, ao ver a cena, pura ficção, ainda pensei que, ao menos, livrei o cão de sua tristeza e da solidão.
Maracujá,
ResponderExcluirJá te disse o que eu penso, né!
Te odeio.
Hunf.
Maracujá.
Tó...inspiração para sair do CÃO...
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=bHVunygqpOk
Abrazos!