23.10.07

Sonhos


Voltando a pensar no que mais sentia doer, não via motivo, muito menos saída para tudo que estava vivendo. Desde alguns dias, andava por um labirinto formado de espinhos e, a cada dia, os espinhos cresciam e se tornava mais difícil caminhar para qualquer lugar que fosse, pois, saída, nem acreditava que poderia existir. Os cortes e arranhões não se cicatrizavam e por onde andava uma parte de si era perdida pelo caminho.

Por mais que lhe insistissem em dizer que sonhos têm que ser sonhados com cuidado, prudência e ao mesmo tempo audácia e um pouco de loucura, já havia cansado de pensar na beleza das coisas, já que sempre lhe davam motivos para desacreditar em sonhos. Sabia que não podia ser assim, embora o fosse. E os dias passavam, enferrujados.

Nairo Lopes


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